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A festa de Folia de Reis começa oficialmente no dia 25 de dezembro, quando os grupos saem às ruas cantando e tocando em louvor ao nascimento de Jesus, e lembrando os Reis Magos, que viajavam guiados pela estrela de Belém.
Apesar de o ápice dos festejos ser o dia 6 de janeiro, quando terminam as comemorações natalinas, em Conselheiro Paulino o evento é organizado de forma a ser apresentado também nas proximidades do dia do padroeiro do Rio de Janeiro, São Sebastião, em 20 de janeiro.
Com cerca de 20 participantes em cada grupo, as folias são responsáveis por levar às ruas da cidade a representação da longa caminhada dos três Reis Magos para encontrar a sagrada família de Jesus, em Jerusalém. Além de se apresentarem nas praças, os grupos também percorrem as casas com cantos e demonstrações de alegria. E formam a Companhia de Reis.
Segundo a tradição, quem acolhe os reis visitantes e oferece comida e bebida aos foliões, é abençoado. As visitas acontecem em quatro ou cinco residências por noite, quando levam as rezas de profecia, através dos cânticos, e os ensinamentos de fé.
Presidida pelo folião João Batista Braga, a Associação das Folias de Reis, sem fins lucrativos, tem como objetivo manter viva a tradição cultural e religiosa. Mesmo com a diminuição no número de adeptos do folclore, vale destacar que Nova Friburgo tem uma das maiores representações de folias de reis do estado e de grupos locais. Saiba mais sobre o assunto na entrevista a seguir:
AVS: Como surgiu o seu interesse pela Companhia de Reis?
João Batista Braga: Sou filho de rezador e meu pai cantou por mais de 50 anos nas Folias de Reis da cidade. Ele sempre me levava para acompanhar as apresentações e comecei a me interessar pelo tema nessa época, com uns oito anos de idade. Hoje estou no meu quinto mandato como presidente da Associação.
Quando e como começou a Companhia?
A Associação dos grupos da Folia de Reis teve início em 1998. Os grupos já existiam, mas eram dispersos, então achamos favorável na época juntar todos os grupos e formar uma associação.
Quantos grupos existem na cidade?
Atualmente, nós temos aproximadamente dez grupos em Nova Friburgo, mas só neste tempo em que estou aqui, já tivemos 23 grupos. Dar seguimento nessa área é muito difícil por certa falta de interesse das pessoas. Esse é um trabalho árduo para divulgar e levar essa linda tradição ao público.
Falando em tradição… O público ainda possui o costume de abrir a porta de suas casas quando vocês batem?
Não é mais como antigamente. Hoje em dia não são muitos, mas ainda existem famílias que abrem as portas de suas casas. Nossa Folia, de certa forma, é uma resistência, porque tem grupo de Folia que vai fazer 70 anos. O presépio de Conselheiro, por exemplo, vai para a sua 55ª edição, e isso quer dizer que somos perseverantes. Não podemos deixar essa belíssima cultura morrer!
*Matéria do estagiário Thiago Lima sob supervisão de Ana Borges